Em português

35) De passagem 

Esta será talvez a história mais curta que aqui temos. São apenas uns segundos do quotidiano. Estava a andar de bicicleta na ciclovia quando duas pessoas vêm na outra direcção. Uma delas, numa scooter, estava tão na minha faixa que tive de entrar na faixa dos peões para evitar um acidente. Estava prestes a revirar os olhos de irritação quando reparei que ele estava a gritar, pedindo desculpa. E não consegui evitar um sorriso nesse momento.


34) Procura-se passaporte 

Estou, de momento, no Nepal and durante as últimas semanas estivemos a caminhar nos Himalaias. Sempre de um abrigo para o próximo, caminhando na montanha Annapurna, a décima montanha mais alta do mundo. No terceiro dia, um dos meus amigos perdeu a sua bolsa, com dinheiro, passaporte e cartão de crédito, porque a mochila onde a bolsa estava estava estragada. Quando reparámos, ele voltou imediatamente para trás para ir à polícia e procurar no caminho. Esperámos na próxima aldeia e debatemos como continuaríamos enquanto grupo e tínhamos, inclsusivé, considerado cancelar o resto da viagem. Mas, quando estávamos prestes a começar uma caminhada de aclimatação no dia seguinte, fomos parados por um grupo de duas alemãs e um francês que nos perguntaram se eramos o grupo que estava à procura da bolsa. Parece que tínhamos perguntado a tanta gente que eramos agora conhecidos como o grupo que andava à procura do passaporte. Felizmente, este grupo tinha encontrado a bolsa e decidido trazê-la com eles. Tinham recusado deixá-la em qualquer estação no caminho porque, provavelmente, o dinheiro seria roubado como já tinha acontecido noutros casos. E, dado que era o dinheiro para três semanas, ficámos extremamente contentes com o facto de ainda lá estar. Assim pudemos, ao fim de dois dias de procura e consideração, continuar o nosso caminho.


28) Será que ainda faz sentido? 

Admitir que se está errado ou que se agiu mal numa determinada altura não é fácil. Ultrapassar-se a si próprio e o seu orgulho, admitir que se cometeu um erro a si próprio e a outros. Nem todos o fazem. E não em todas as situações. 

Acredito em expressões como “mais vale tarde do que nunca” e “nunca é demasiado tarde para se ser a pessoa que se quer ser” (apesar de não saber quem as disse inicialmente). Pode demorar, mas continua a valer a pena dizer-lo, quando nos apercebemos que cometemos um erro. 

Sem entrar em pormenores, alguém me disse recentemente que estava infeliz com a maneira como se tinha comportado há meses atrás e expressou o desejo de se explicar. Soou a um pedido de desculpas. Apreciei-o.